Os debates sobre a Emancipação Política de Brejinho começaram no ano de 1962, quando políticos de Itapetim e São José do Egito começaram uma intensa luta para tornar o então povoado de Brejinho em cidade. Os trabalhos seguiram pelo ano de 1963, quando no dia 20 de dezembro desse referido ano, o Governador de Pernambuco, Miguel Arraes de Alencar publicou no Diário Oficial a Lei nº 4.996/63 emancipando a Terra Mãe do Rio Pajeú, no entanto em seu artigo 3º dizia que a Lei entraria em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 1964.
No dia 31 de março de 1964, os Militares através de um Golpe de Estado tomaram o poder e implantaram no Brasil uma ditadura que se estendeu por 21 anos. Nesse processo o Governador Miguel Arraes foi deposto e quem assumiu o governo foi Paulo Guerra, político do PSD e aliado de Walfredo Siqueira e Padre João Leite. Nesse sentido, até por verem um aliado assumindo o governo de Pernambuco, os vereadores da época decidiram por comemorar a Emancipação Politica de Brejinho no dia 31 de março em referência ao que chamaram na época de “revolução”.
Por ocasião de uma pesquisa realizada para defesa da dissertação de Mestrado pelo historiador brejinhense, Abrahão Filho, constatou-se que as datas que estavam na Bandeira municipal não estavam de acordo com os dados dos documentos oficiais. Por exemplo, a data de fundação constava 04/07/1928, quando na verdade a data correta é 06/02/1928, data que se comprava através de registros no Livro de Tombo da Paróquia de Itapetim. Já a data de Emancipação que estava na Bandeira, era 21/01/1964, sendo que essa data não aparece em nenhum documento relativo a História de Brejinho, sem levar em conta que a data em que se comemorava e emancipação era ainda o 31 de março que além de não estar na bandeira, também não tem nenhuma relação com Brejinho.
Dessa forma, sabendo-se mediante documentos, que se contou e se comemorou a emancipação de Brejinho a partir de 1964, foi necessário buscar nos documentos oficiais uma data que tivesse relação com a história de Brejinho para se comemorar a sua independência. Essa data é o dia 22 de fevereiro, data em que o prefeito interino tomou posse passando a administrar de fato o novo município criado, foi a partir dessa data que o munícipio começou a caminhar por conta própria, se desligando por completo de Itapetim.
Brejinho não é a primeira cidade que faz uma correção em sua data de emancipação política, nem tão pouco será a última, há várias cidades que já corrigiram a data de sua emancipação política e muitas que estão passando por esse mesmo processo. Ações como essa são possíveis graças a pesquisa histórica realizada por pesquisadores comprometidos com a preservação da história e da memória de um povo. Depois de votado e aprovado pela Câmara de Vereadores do Município, a Terra Mãe do Rio Pajeú, passa agora no ano de 2025 a comemorar sua emancipação em uma data que de fato tem relação com sua história, o dia 22 de fevereiro.
Vale destacar também que esse mesmo projeto criou a Data Magna de Brejinho, ou seja, a data em que Brejinho passou a existir enquanto comunidade, 06 de fevereiro, e também fez ajustes na bandeira para que ela ficasse igual ao que foi idealizado pelo ex-prefeito Agenor Ferreira (In Memória) e desenhado por sua filha Glória.
Fonte: Blog do Erbi